quinta-feira, 28 de abril de 2011

Play - parte IV

IV

Aquela sessão não se resumiu apenas a tapas. ele vinha para perto, me permitia recostar no Seu corpo, curava minha sede. De líquido e do Seu toque; me dava cócegas com as quais eu fazia escândalos sem me conter, tanto que quebrei as tornozeleiras assim. Mas não era motivo para juntar as pernas, do mesmo jeito que quando a mordaça amoleceu eu fiquei em silêncio. Então mantive as pernas afastadas para que o chicote e o cinto viessem me deixar ensopada de tesão... Sem pedir, mas sem gozar também. Ele me perguntou se eu cedia meu lugar, primeiro entendi minha posição de sub Dele, meu lugar de cadela Dele. Disse baixinho que sim. Ele novamente perguntou, respondi mais claramente que cederia se ele assim o quisesse. Então me soltou e mandou que eu fosse me vestir.

 
Sem olhar ao redor, fui direto ao outro cômodo com espelho, para vestir meu corsete e minhas meias. Lindas, simplesmente lindas as minhas manchas... Tanto que pedi para que me deixasse marcas antes do encontro, e meu Dono se negou, para que pintasse meu corpo na hora certa, a frente de todos. Lindas minhas manchas... 


Saindo do quarto, não entendi porque "meu lugar" não tinha sido ocupado. Mesmo assim, ficamos agora só a admirar a Domme batendo no masoquista do grupo, visto que ela já tinha se divertido com seu sub Hund. Simplesmente linda, sentada, tomando coca cola, cara de sono, mas o chicote de adestramento estava bem acordado nas mãos dela e nas costas do Mestre Logos, que parecia estar curtindo Punk Metal enquanto apanhava, se sacudindo e dizendo "Outstandind!"





Tive a oportunidade de experimentar o chicote também, mas dessa vez, nas minhas mãos... O chicote do meu Amo. 


domingo, 24 de abril de 2011

Play - partes II e III

II

Hund, Jeh, ajoelhem-se.

"- Todos aqui sabem que numa relação como essa nenhum vive sem o outro, todo Dom precisa de um sub e vice-versa. O que os põe agora de joelhos é a oficialização desta união..." - Falou Sr. Strange, o anfitrião daquele evento.

Assim, dois outros subs entregaram as coleiras aos nossos Donos, e cada um encoleirou o seu. Silêncio completo. Eu vendada, agora pude extravasar a vontade que tive outrora de chorar, mas esta era completamente diferente e deixei sair. Foi o momento pelo qual esperei muitos meses, anos, com muitas faltas e muitas coisas bem feitas. Com muitas saudades e muito carinho, muito desejo de que meu pescoço fosse ocupado, por uma coleira posta por Ele, meu Amo. O Dono dos meus mais diversos sentimentos escondidos em rosnadas e mostra de dentes.


Desejei que minha venda não fosse tirada antes que meus olhos secassem, e foi o que aconteceu. Entreguei a rosa ao meu dono. as rosas foram gentilmente entregues apenas a mulheres, soube depois.

III

Só pude abrir os olhos quando ele me colocou amarrada com pernas e braços afastados, ao lado do Hund, ambos oficialmente encoleirados, já nus, a frente de todos os participantes que daí em diante já podiam relaxar e simplesmente assistir a sessão dupla. As tornozeleiras serviram para afastar as minhas pernas e as algemas puderam ser soltas para que meus braços fossem estendidos. Eu não abri os olhos. Sei que o Sr. Strange estava muito próximo, provavelmente sentado, eu ouvia a sua voz. Talvez se fosse um sub eu teria coragem de vê-lo.


Experimentei meu presente novo. O chicote, que antes tinha doído apenas com um "teste" se fez mais pesado agora, se fez mais excitante, mais poderoso, mais Dominador. Ele me chicoteava nas costas, pricipalmente na coxas e bunda... Me batia entre as pernas, eu me sentia cada vez mais molhada... Não fossem as amarras eu me entregaria ao chão, completamente dominada pelo tesão que me vinha quando sentia o chicote arder na minha pele. Diversas vezes eu simplesmente desligava. Não sentia a próxima chicotada e até as ceras de vela das costas, que vieram também. Me desligava para não ter que pedir pra gozar, pois estava sendo assistida, e sabia muito bem disso. Mas também não queria gozar sem que meu Dono permitisse. O meu rosto e minha voz prenunciou o gozo várias vezes, e não só Ele soube disso. As subs todas sabiam também.

Já não ouvia a voz do Sr. Strange por perto, então eu já abria os olhos, mas ainda de cabeça baixa. Meu Amo, por motivos vários, resolveu pedir "ajuda" da Mistress do Hund, que já estava bem ocupada dominado quatro subs homens aquela noite, com dois agora amarrados e exibidos (Outro sub também estava ali além do Hund, visto que sobrou espaço e ninguém queria deixar sobrar nada aquela noite). Então meu Amo disse a ela que me batesse com o que achei que fosse uma cane, até mais tarde eu poder ver que era um chicote de adestramento para cavalos, presente de aniversário Dela. Meu deu uma. "Doeu?" Não, eu respondi. Foram outras três seguidas mais fortes, com boa parada para sentir, "Doeu, Jeh?" Meu Dono perguntou. Eu disse "não muito", mas essa resposta dizia o quanto eu tinha me excitado... Ela deu a Ele esse chicote, e Ele me deu inúmeras chicotadas seguidas, se me desse mais algumas eu realmente pediria para parar. "Doeu agora?" Doeu meu Amo, doeu mesmo, respondi.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Play - parte I



I


Nossa primeira play coletiva. Sentimentos contraditórios entre ciúme e fantasias pertubavam minha cabeça ás vésperas. Nada que eu não tenha conseguido segurar, suponho. Apenas meu desejos expus ao meu Amo. O restante de nada adiantaria e não foi dito que eu deveria contar o que sentia sobre o evento.

Chegamos um noite antes, correntes e móveis se arrastavam no andar da sessão onde ninguém além de Dons e do "MindFucker" poderia subir antes do horário.

Dez horas da noite, todos prontos. Sem dizer uma palavra os subs esperavam em pé na cozinha, enquanto um dos Dons achava graça em nos perturbar com teorias matemáticas finitas. Contando mais cinco minutos para o sub que chegou atrasado tomar banho, a tensão aumentava... O high protocol já estava em execução, ninguém poderia falar nada, e se o fizesse seria diretamente ao seu Dono, por permissão concedida.

Minha mão, como nunca aconteceu, suava. Minhas pernas não paravam de tremer, o que eu disfarçava ser apenas uma distração. E por isso, ali mesmo, antes de subir, eu já não aguentava meu salto.

Antes de sermos vendados, eu encarava o Hund, o cãozinho da única Domme presente. E ele ao mesmo que parecia nervoso, parecia também me dizer "somos o exemplo dessa noite". Visto que somos os únicos subs com Donos de todo o grupo. Ele já havia me dito isso e por isso o olhar dele não parava de me repetir a mesma coisa. Resolvi não encará-lo mais. E a mão agora tremia, no tempo das pernas.

Algo verde no tom do chicote que ganhei estava nas mãos do meu Dono, que nem sequer me deu segundos para ver mais, logo escondeu entre os braços. Não sei se de propósito. Havia mais de um nas mãos Dele.

Todos vendados agora. Vendas pretas. A minha era a única branca. Por motivos que depois não foram necessários. Mas eu era diferente ali por estar também com algemas e tornozeleiras presas, era o que tinha na mão do meu Amo.


A passos curtos, chegamos os subs aos poucos, vendados ficaríamos eu e o Hund por mais tempo que todos, em pé um ao lado do outro, enquanto nossos Donos se divertiam dominando, com mais um Dom, os tantos subs que tinham aceito assim, pois alguns logo cansaram de ficar em pé, ou não resistiram a curiosidade de ver o que se passava com os dominados.

Enquanto o Hund farejava, eu ouvia tudo. Ouvia, inclusive a Switcher sendo penetrada, com o que não sei, mãos ou objetos se alternavam, mas o som que o prazer dela anunciava não me sai da cabeça.... Um som molhado, ensopado, gozado aos litros (...).


Dessa mesma situação veio minha primeira sensação de que estava perdendo os modos aos que me propus: ciúme. Eu já estava mais de meia hora, mais de uma hora talvez, em pé, cabeça baixa, vendada e amordaçada, enquanto a Switcher mais do que visualmente satisfeita, acariciava meu Dono. Meu Dono, mas eu não era dona dele, assim pensava para me acalmar enquanto ele anunciava que ela o acariciava. E é claro que só sei porque Ele dizia os atos dela.

Fiquei contente de saber que não precisei de muito para me repor. Estava vendada, amordaçada, e sei bem morrer em silêncio. Mas não fiz isso. Eu me repuz. Acho que eu nem teria tido aquela reação se por um acaso estivesse com meu Amo, participando dos feitos sonoros da Switcher. Estranha minha ideia sobre dividir. De qualquer forma o que me fez realmente melhorar foi sentir meu Amo se aproximar e dizer: "Não fica com ciúme". Depois acabei concluindo que não deveria esperar essa frase Dele para melhorar meus sentimentos.


A Dona do Hund veio pegá-lo, eu continuei em pé, cabeça baixa, concentrada nos sons. Os pernilongos resolveram me pegar e meu Amo os tirou a chicotadas, literalmente. Ele sabe que eu não provoco meus castigos e, na segunda vez que O chamei, Ele chicoteou também, mas me passou um repelente, sem deixar de me acariciar e senti que não, não estava molhada, tal a tensão e concentração. Mas estava sim, muito  excitada de esperar o que viria, não importava o que seria. Agora, sem o Hund farejando, nada mais eu tinha para me distrair, não exatamente distração eu procurava. Queria relaxar, me acalmar. Por aquela noite que pedi há muito tempo, agora me bastava esperar algum tempo mais.


Quando já havia perdido minha concetração no ambiente, meus pés exigiram algo mais plano. Pedi ao meu Amo que eu pudesse deixar os saltos e ficar descalça, Ele aceitou elogiando que eu fui a ultima a retirá-los e que eu mesma avisei em outra oportunidade pouco antes que minha mordaça estava saindo. Mesmo saindo, a segurei e continuei sem dizer uma palavra.


Como tudo estava sendo narrado pelos Dons, houve uma hora em que todos riram, mas não era oportuno. Eu ri também, e levei uns tapas por isso. Não gostei, ao contrário do que diriam, me senti envergonhada por fazer o errado. Eu não provoco meus castigos.

Meu Amo finalmente me tirou de onde eu estava, depois de algumas vezes ir me acariciar, perguntar como eu estava. Me tirou de lá, me fez apoiar meus braços em algo para que eu ficasse empinada, e me deu os tapas que eu tanto esperei... Não demorou muito para me repor de pé, sem que eu pudesse me mexer de forma alguma, pois tinha algo que não me lembro atrás de mim. Minutos depois foi-me entregue uma flor, não esperava o que se seguiria.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

a Cadela

Estive pensando sobre o que é ser uma cadela. Não estou falando do significado óbvio, é claro, mas sim sobre o que é ser cadela no BDSM, nesse universo fetichista.

Antes, pra mim ou para qualquer baunilha, cadela seria muito, mas muito longe de ser comparado a algo bom, que dirá a diferença cadela X Namorada. Hoje já não faço distinção desses termos, considerando a
relação 24/7 em que vivo.






Vi uma vez uma conversas dessas de prache de primeiro encontro online BDSM, entrre as falas tinham aquelas de "estar no cio "sou uma cadela" ou "o senhor meu Dono" e tals. E hoje acho que tudo isso só se diz com muita certeza do que é. É claro que deve-se respeitar quem está do outro lado e se diz Senhor, não importa se ele é realmente ou merece ser chamado assim. Respeito é forma de educação. Mas sobre ser cadela...



Ser cadela é realmente se portar como uma. Como submissa, como escrava, como animal de estimação. Nada mais confortável e mais seguro para mim dizer que sou uma cadela e, hoje sim, me deixa mais feliz do que dizer que sou "uma Namorada". Porque eu não só o acompanho, cuido e sou cuidada por Ele, mas me porto como Ele quer, e OBEDEÇO a ele. Isso é muito mais gratificante, muito mais poderoso do que uma relação de igualdade. Sinceramente, a cada dia que passa, acho namoro uma coisa ridicula.


Tem a coisa da liberdade do Dono. Ah, sim... A linda liberdade-libertinagem. Aliás, bom tema para um próximo texto. Mesmo assim, acho que continuo me portando suficientemente merecedora do meu posto. Como disse uma vez, não sou nenhuma paranoica neste assunto. Até, depois de muita pesquisa e vigilância e chatisses, aceitaria ter uma irmã. Que inclusive adianto, tenho gana de que não seja apenas uma irmã, mas alguém com quem eu dividiria vontades também (...). E eu nunca me portaria superior a ela, a não quer que ela fizesse isso comigo, teríamos uma disputa ferrenha até que Ele ditasse os parâmetros de comportamento. E tenho dito!

Pois é, o ciúme.


Tenho problemas de ciúme que não são aparentes se forem controláveis e aparentemente normais. Esfregar na minha cara uma coisa que mais de uma vez não me agradou, isso me faz virar uma louca-ciumenta. Porque não sou "a cadela" de chat, nem vou me crescer e dizer que sou A cadela (a poderosa, a ponto de ser Dona de SI, porque já fui sim a cadela de chat). Mas, entenda-se que sou a Cadela. Sei bem meu lugar, apesar me me expor neste post com um ego maior do que se deve. Isso escrevo aqui, faço aqui, até porque estou me comparando*. Ser Cadela não é ser namorada, tampouco estar no cio 24 horas por dia, sete dias por semana ou dizer que se gosta de algo apenas porque o dono diz que gosta. é aprender a gostar do que ele gosta, por vontade própria. E é ser muito muito mais que isso, inexpressável em palavras.






*Estou esperando aparecer um bottom para dizer que nunca teve ciúme ou que nunca se comparou com outros do mesmo patamar.